quinta-feira, dezembro 20

Destes

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E não tenho lágrimas para falar destes
Caíram todas
Com os outros restos
Nuvens passadas sobre nós
Indo nelas os meus deuses
Tão longe destes e de mim
Agora assunto do canto e da flor
Em versos e jardins calados em si

Repouso para chamar a atenção destes
Até um outro dia de violência
De pensar concreto. De quebrar
Sentindo a agreção de ser feliz
E querer sentir descanso
Desistir dos arrependimentos
Hábitos que alimentam pouco
Não enrijecer
Coisas minhas, destes e de todo mundo

Raramente seguros do delírio de pensar amando

Teria uma prece em pedido destes
Afugentando de uma forma sacra as coisas ruins
Ouvir os sinos e metais
Fechaduras e metais
Vidros e metais
Sem tamanho de amor
Comigo do tamanho do querer

Boa cama de caminho
Seguindo assim
Vestir a beleza da natureza
Sinceridade destes
Por vir destes






landeira










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quinta-feira, novembro 22

Peixe nosso de cada dia

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Tem coisas tão perto
Não vê-las só é possível dando as costas
Não tocá-las, dando passos pra trás

Afasta-se

E é uma atitude antiga de esvaziar as mãos
Se desvencilhar sem sentir nostalgia
Tanto tempo ocupado correndo pra trás
Sem querer o mesmo tato, o mesmo trato
Crescendo em altura horizontal
Com os efeitos da altitude vistos pelo espelho, vistos no fundo do olho
Sem causar vertigens
Distância de um tempo longo


E como exploradores e seus cães farejadores
Continuam tão altos e distantes os olhos que não sabem mais de lá
Nem quando adormece e floresce
Nem quando se faz chover e se acorda o ritmo
O mundo de tão perto se cambia enquanto estou de costas

Mas como o nunca e o sempre se driblam por sorte e natureza
O perto sempre estará ali deitado pra mim desde os antigos sonhos
Distante nunca descanço e sempre se desperta um novo dia

Vejo o véu sobre o chão e não o chão
Não se encostam cores sem que nasçam outras
E piso o véu mas quero o chão
Quero chorar, e regar e quero trazer o olho aqui de novo
Me tocar e cuidar da minha parte querida
Perto





landeira









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segunda-feira, novembro 12

Contorno

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Perto de mim raspa tamanha atmosfera de impressões que só me mantenho aquecido por conseguir me tocar


Entre a pele e o espelho sinto estar preenchido de olhos respirando minhas águas
Chegam com pressa e direcionados
Lentes barulhentas cortando minha atenção ao meio
Tiros dados como tangentes se desprendendo dos giros
Barulho de vozes arranhadas de hálitos desgostosos
Traspassando minhas janelas e portas sem visitar
Idas e vindas sem se anunciar
Transbordam, sobram e me atordoam
Sangram meus passos em tropeços


E me revolvo a me desregrar na movimentação dos atos
Me desprendem os desejos
Me desperdiçando já bem distante de onde era meu hábito e meu chão
Já bem distante de onde eu tinha me abandonado






landeira










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quinta-feira, novembro 8

Poesia faz

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A Poesia.
A vida toda do homem.
Da porta pra trás. De costas e de cara.
Se reza o dia acordando cada necessidade.
Não estão os sentidos pulsando mastigados na atenção?
Se portam simplesmente.
São atingidos e se portam.
Alguém indo.
É inteiro e parte.

O mínimo é só e inteiro.
O brilho é inteiro e só.
Quanto cabe de vontade?
De toda terra que ergue a natureza.
Exclusivo fazer.
A poesia que não finda.






landeira












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quinta-feira, outubro 25

Sorriso beijado

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Na entrada por onde se vai tantas vezes
Não se encontra, de repente, quem se viu
Se torna regresso simples de tão longe
De muitos dias atrás. E não viciam

Mas chega a outra vez de entrar
Com a embriagues da noite calando o ruido dos ventos
Sem olhar o caminho esperado
Até o olho que faz se perder no encontro
E beija o sorriso


Imensa vastidão de levar ao sonho
Tendo mais brilhos além do das estrelas
Na eternidade de quanto tempo estando ao teu lado
E dali não mais sair sozinho






 landeira











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quarta-feira, setembro 19

Realização - ...Lugar de paina






Como deitar num lugar de paina
Respirando o vento
E ver acontecer ao toque, a ilusão
Entre impressões vocais trazidas da insensatez
E de outro lugar da lembrança
Luaretices, silbatilintes, arlimenções
E, paulatinamentadas, as coisas formam o meu lugar de presente e de perto
Ah! Já não estou mais de fora da ilusão do meu afeto
Me apego aos braços e cru e dormente me sinto tão feliz





landeira

















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quarta-feira, setembro 12

E nós

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E nós
E tempo cada vez
E lugar de passos
Arrepios percorrendo
Velhos e velas
Panos de pele e de distância
Também fumaça

E nós
Semente de outro lugar
Sendo longe quando meninos
E sendo homens
Tragando esse tempo
Percorrido de faltas




landeira








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sábado, setembro 1

Contrito

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Um choro seco
Calado e frio
Responde ao semblante sem terror
Amargurado entre motivos
Do interior do meu interior
Percorrendo um caminho velado
Entendido na dor

Esvazia a pele, esvazia os olhos
E é brilho, cor e água
Das minhas ânsias encharcadas
E não digo palavras afogadas
As deixo escorrer




landeira












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terça-feira, agosto 7

Tardes no meu tempo

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Aos ventos que me sopraram canções
Melodias ofertadas ao tempo
E no peito recriando meus sentidos
Prazer bem vindo
Canto se fazendo
Tardes no meu tempo





landeira












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quarta-feira, agosto 1

O papel da verdade

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Vai se engolindo a verdade com menos temperos.
Real em essência e busca.
Com atenção.
Com pensamento.
De pé na fila.
Entre um bando de responsáveis.
Entre as modas por estação.
Com as patentes de presos políticos.
O preço do globo e números
Circenses ou teatrais, puramente instrumentais.
O cotidiano fim de semana,
Sempre no particípio.
Arte plástica.

Como ser mais de dois mil anos depois de Cristo e uns trinta a mais depois de Cleópatra.
Sem muito destaque para contribuição à memória.
É verdade agora e mais ou menos.


landeira










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sexta-feira, julho 13

Sem porquê

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Assisto
O pensamento
Identidade e invenção
Pôr de sol e ciclo
Luz do engano e certeza
Dormir lento fechando os olhos
Adeus e nuvem
Não voa
Te leva
Especial e sem porquê



landeira






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quinta-feira, junho 28

Mergulhado

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Um gole na garganta seca
Assumi o amor inteiro com a disposição de um mergulho
Sem ver altura, sem ter fobia, sem ter água, sem ter chão...
Era queda
Sem ter braços para pousar o fim do dia
Todo esse caminho era espera
Percorrido veloz no fundo dos olhos
Caía...

Então inteiro amando em meu coração
Acreditava sem medo.
Nem medo, nem nada... na espera
Atento aos lados, aberto aos sinais
Ao que não viesse de mim, nem já estivesse comigo
Devia chegar, teria de chegar
Devia acontecer... ser real
Mas até aquele limite era eu na espera

Fui só, fui calado,
Engoli de uma vez as sobras do desejo
Que já não alimentava nem ilusão
Pesavam essas pedras dentro de mim
Ventre, peito e garganta pesavam
Me empurrando contra o chão na espera
Escorregado entre os encontros

Horas de ontem até o chão
Fui tudo menos invencível
Na falta do querer verde e molhado
Seus olhos quando chegaram em saltos no escuro
Quando eu apenas precisava só de mim



landeira








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segunda-feira, junho 25

Em seis horas


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O peso dos ombros, a coluna ereta
Riso, óculos e chapéu
Combinados e prontos pra sair
A identidade pintada para poder pisar a calçada e cuspir na rua

Até terminei de escrever as falas
Mas eram tristes para o dia de hoje que enchi a cabeça de cores
Ausentando-me do sopro frágil do suspiro
Ausentando-me da saudade da presença

Enxergando nas mãos o interior
Revolvo os motivos
Os utensílios, os vícios
Ressignificando o que me toca com ou sem dor

A estação é a mesma, ainda não passou.




landeira










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Tuas Partes


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Quero a saudade.
É ela a tua impressão em mim de novo.
E sinto sozinho, as mágoas que trazem tuas outras partes.
São mágoas e as quero pra mim, mesmo sem minhas lágrimas assistidas por você.
São tuas partes e mesmo sem cheiro quero sim.
Como a lembrança que te traz ao dia de tua chegada.
Onde não era o lugar e nem o tempo que me dizia tua escolha.



landeira







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quarta-feira, junho 20

Duas sombras

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A outra me segue bem atrás dos meus olhos
Ente da luz que me enfrenta e me recupera
Deitando em minhas raízes
No meu abstrato
Entrando nessas águas e águas
Pra respirar
Entre os fios de minha pele
Entre o brilho dos nomes que trago
E entre o espaço adormecido de estrelas

Sabendo do meu eu
Me percorrendo mar sem fim



landeira











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O cio

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Não lembra dia
Mas nascem os sons e vem
Chegando de longe, flutuando sobre tudo
Despertando o espaço, agredindo o interior

O frio, o cio altera

Transtorna, transvia os lados
Corre de medo, de desejo
Sangra o chão, de costas expostas
Uiva a solidão; olha turvo, rachado
Detém de sair e ir. Saga ácida
Arrebata voraz a alma do fundo refúgio
É grito. Insistência rígida em cega sombra


E rasga a noite perdida e armada.





landeira










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segunda-feira, junho 18

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Qual ave também não para de voar?
Que eu?

Verdade.
Açoites à ilusão. O ronco dos sintomas.
Liberdade,
Eternidade alcançada.
Os pensamentos se guiam sempre solitários.
Não perduram até importar.
Em voltas e voltas.
Reverência, sabedoria e o silêncio,
Então a voz do tempo.
O momento reverte, envolve e se apaga.



Landeira






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sexta-feira, junho 1

Luto das Pedras


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Grito no sonho.
E ainda no escuro protetor,
Grito de novo acordado.

Tantas idades em reações.
O Passado. Dias seguindo contrários.
Que deixo as palavras nos dentes.
A vida é mais do quanto já se foi e pouco do que se quer ser.


Na teia do presente,
Tece ainda a saudade
Entre as ações acontecidas,
Entre o silêncio, o imóvel.
O invisível luto das pedras.
Desde quando imperceptível,
Até quando deixar de ser o mesmo.


Landeira














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segunda-feira, maio 21

Atrás

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Sentido de lugar vazio
A queixa bruta, sem argumento
Óbvio que participa das dores enfim
Um ritmo. Um canto que se deixa levar
Na chuva
Até quando passar
Aquele rastro guardado
Resto desnudo
Vergonha comum
No convívio da noite
O que não sonha a certeza
Profundo espaço vasto de solidão
Caminho mais antigo
De muros derrubados
Lentas lástimas esquecidas pelas pétalas
Se movem no chão, no peito
Nos golpes e nas curvas, no desejo de resposta
Janelas entreabertas e seus espaços de luz
Frestas onde o querer espia inseguro
Sinal de fracas flechas atiradas para atingir, para ferir
Ponto de começo de próximo dia, de dia inteiro
Lençóis brancos estendidos, imóveis
Na cor da memória abatida
Páginas mudas
Escritas de ecos



Landeira












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segunda-feira, maio 7

Embebedado

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Cansar o choro
Embebedado pelos olhos
Deitar também
Desabar confissões silenciosas
Em panos
Carga pesada
Lutos
Respirar um pouco
Tudo amor
A tristeza amor
A Solidão amor
Meus suspiros
Minhas águas
Atrás, as portas
E os papéis próximos a mim
E os copos cheios de ar
E eu cheio de faltas


Landeira.













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domingo, maio 6

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Quero que sopre

                 Forte

                         A intensão e o vento
                           Abriguem meus pardais
                       





Landeira.


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quinta-feira, abril 26

Duo


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Respirar as intenções no ventre.
Buscar o corpo, e nas mãos encontrar o outro.
Outro. Outro.
Entes reflexos.
Mudança em caminho comum.
Energia que se faz da fantasia e de acreditar.
E se entrega a identidade posta.


(Landeira)















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quinta-feira, abril 19

Homo


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Enquanto vagam perenes os traços nas mãos
Não morre o olhar na espera
Morre o animal fugaz ao sol na campina
Seguindo as curvas angulosas do vento
Em louvor a sutileza...
Voando a força; a liberdade...
Servindo os sons; os cantos...
Pairando a inspiração; as asas...

Árvore sapiente
Ter nos galhos seus frutos; o que conta...
Brotar de mãe
Sem sonhar ser mais do que talhada alma...


O seio guardado. Íntimo quarto
Incompleto de dores; de aspectos cromáticos
Surdo de passado...

Singular de tanto a si
Se sentir, se deter
Ser... Só
Dignidade agarrada aos braços
Homem a se saber...

                                                      (Landeira)



















Artista - Heather Jansch





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domingo, abril 1

Canto

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Bastando-se só e se experimenta a primeira verdade.
A que ainda não se estendeu para os lados. Está contida em seu formato.
Em parte, um lugar desconhecido e em parte, zona de conforto.
O tronco expansivo por toda a vida. Despido de anéis em anéis até o centro; a voz; o movimento.
Dançar leve, chamar seu nome, respirar sem importância.
Jogar o corpo pra ver-se voar.
Olhar as mãos e ter resposta. Trazidas de longe; do alto; de depois de alcançar; sentindo mais do que se é.
E que canta criando a atmosfera do seu mundo; ou chama, para vir de dentro, o próprio eu.

                                                                                                                                    (Landeira)
                                                                                                                                                 









Artista - Tomaz Sanchez, "Aislarse"




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quinta-feira, março 29

Como uma ordem

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Escondido na nuca.
Pairando entre atributos e melancolia.
Medo que freia os anseios.  Que cheira a impressão alheia.
Mede o que se pode alcançar do teto ao chão.
Da raiz dos nervos; da fadiga que desaba.
Disseca a tarefa particular e retraída do poeta.
Troca o consolo por meias palavras.
Com força de semente, ardência de choro noturno.
Desafio bruto de despir e tornar cru passado a ser começo.

                                                                     (Landeira)
















Artista - Remédios Varo; "Armonia".




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quinta-feira, março 22

Lealdade

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E com eles,
Vontades se atritando.
O beijo ausente de afeto.
Verdade que despreza o coração.
As trocas.
Quando somos mais que desejar?

A lealdade a si é o dever simples de não se enganar.
O desafio de se pertencer.

                                                                (Landeira)






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quarta-feira, março 14

Um dia que ficou em mim

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Me falta você
Falta mais esse dia
Falta de longe
Falta de muito
De tanto sol, de todo caminho
Vem te trazer
E parte a saudade que chegou tão cedo

                                              (Landeira)



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segunda-feira, março 12

Erros

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Não perdoa a pele.
Me serve de pecados.
Tão de perto me empurra contra mim,
Que a cheiro.
A imito.

Não perdoa a noite.
Meus gritos algemados na garganta.
As memórias plásticas e soturnas.
Páginas marcadas soprando violentas.
O que foi o meu querer.

E de joelhos no chão. Na queda.
O castigo imediato.
Ardendo, estalando, sangrando nas conseqüências de mim.
A vontade de nada. De ser coisa alguma.
Envolvido em mudez. Afogado em meus olhos.
Longe de outras chances.
Salvo na fuga do que não resisto.


                                                        (Landeira)








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domingo, fevereiro 26

Mordido

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Me falta um pedaço que foi bem mordido por quem não posso culpar.
Lembro-me inteiro e como antes sentia ali onde não faltava.
Não fui surpreendido por aquela malícia.
Sabia dos dentes, do profundo olhar que traga.

Deixei sem interromper. Era vivo; era eu e meu.
Fui aquela parte levado como por alguém que espalhasse minhas palavras nos ouvidos de tantos, nos encontros e apresentações, nas ruas escurecidas que estão poucos a sorrir.

Deixei.

Sou resignificado.
A Parte que foi, deixa o espaço e todo seu passado inviolado.
As linhas preenchidas são mais soltas e vão mais facilmente por todas essas janelas abertas.
Delas não se vê o jardim; se vê lua. Ficou mais frio, mais denso e escuro.

A Parte que foi, deixa o espaço.
Lembro-me inteiro e como antes sentia ali onde estava.
Resignifico meus dedos nessas linhas preenchidas.

Receoso ainda. Mordido. Sem medo atravesso a noite.
Entroso movimentos nas voltas do que vejo e do que foi.
Tão vivo quanto são as charadas e as metáforas que se tornam uma na outra.
Ora com chances, ora sem apelos.

                                                                                   (Landeira)






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sábado, fevereiro 25

Gotas

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Como estátuas de gelo
Derretemos lento
Em gotas, gotas
Sentimentos atados à alma por lembranças que fazem chorar
Percorrendo caminhos na pele
Sem temperatura, sem tempo
Acabando enquanto descem
Enquanto toque


                                                                           (Landeira)















Artista escultora - Nele Azevedo


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sexta-feira, fevereiro 17

Sonho aqui

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Para que sonhos partir,
Quando os sonhos estão nas palavras?
Ao cedo? Ao gosto? A opção?
À frente?
A referir e sangrar em qualquer parte?
Mesmo que vingue?  Mesmo que desperte?
Até o possível? Até a verdade?
Mesmo que se queira sumir?
O melhor do mundo é a realidade.
Se foi sonho ou se não pensada.
O acontecimento. O pulso. A chegada. A volta.
Tempo e posição. Ponto cravado.

Logo vejo que fico.

                                                        (Landeira)






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quarta-feira, fevereiro 15

A cortina

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Quero a cortina dos meus olhos
O centro de ser livre
Palco escuro
O meu lugar mais bem vindo
Grito dentro da dor
A causa, a língua

Afora me trai a luz
Viola os meus argumentos
E correm de medo os conselhos soltos em multidão
Querem ser verdade; algum propósito
Se proteger em quem lhes caiba
Se anular nas chances imperdíveis

Mas aqui estou mais cedo ainda
Detrás das cortinas dos meus olhos
Ouvindo toda barulheira alimentando aplausos
Em qualidade pobre de almas
Gritos violentos fora da dor
Risos em falsetes
Escândalos sem crise

Não sou eu assim
Ainda quero estar aqui
Venho daqui
A arte primeira
O meu êxito
Não me penso transmitir
Hoje ainda quero estar aqui

                                          (Landeira)





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terça-feira, fevereiro 7

Antigua Mirada

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Me desperté
Cielos frios
Sombras de piedra derramada en la lluvia
Mis engaños, una otra lengua
Ruinas de ahora hasta siempre
Miradas desde la luna
Miradas desde muy dentro de mi


landeira



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quarta-feira, janeiro 18

Inocência

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Depois de tudo revelado até a saudade se perde
Engano e verdade sendo a mesma dentro dele
Ilegítimo por ter se valido como igual
Igual antes de traído
Aparências camufladas e cúmplices
Não lhe interessam os erros depois da escolha feita
Depois de descobrir ser a sombra
Tendo apontado às costas o canhão de luz

E o olho não enxerga atrás

Desdobra o lamento de ter todo falso tesouro reluzindo nas mãos
Como choro na canção onde entre os dedos estão apenas cordas
E se pergunta quantas vezes terá de renascer nesta mesma hora
Quando sozinho esteve, cantou e ardeu em paixões de sua parte inteiro
Quando inteiro o seu mundo não foi nem metade pra ele

                                                                                   (Landeira)


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terça-feira, janeiro 10

Motivos

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Parto do ponto que preciso então
Nem mar
Nem barulho de chuva
Nem toque
Só corpo, alma e vontades até não escolhidas
Luz existindo em meus olhos fechados
Só o caminho

Não sei do que faz ser humano
Nem do que faz ser triste
Os motivos são valores exclusivos em toda natureza
Apenas são inteiros e vão cabendo e sobrando
Até o momento que anseio... Que creio
Entre flores desabrochando e pétalas caindo

                                                                            (Landeira)



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