quinta-feira, junho 28

Mergulhado

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Um gole na garganta seca
Assumi o amor inteiro com a disposição de um mergulho
Sem ver altura, sem ter fobia, sem ter água, sem ter chão...
Era queda
Sem ter braços para pousar o fim do dia
Todo esse caminho era espera
Percorrido veloz no fundo dos olhos
Caía...

Então inteiro amando em meu coração
Acreditava sem medo.
Nem medo, nem nada... na espera
Atento aos lados, aberto aos sinais
Ao que não viesse de mim, nem já estivesse comigo
Devia chegar, teria de chegar
Devia acontecer... ser real
Mas até aquele limite era eu na espera

Fui só, fui calado,
Engoli de uma vez as sobras do desejo
Que já não alimentava nem ilusão
Pesavam essas pedras dentro de mim
Ventre, peito e garganta pesavam
Me empurrando contra o chão na espera
Escorregado entre os encontros

Horas de ontem até o chão
Fui tudo menos invencível
Na falta do querer verde e molhado
Seus olhos quando chegaram em saltos no escuro
Quando eu apenas precisava só de mim



landeira








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