sábado, julho 30

Sentir

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Sinto...

Ansiedade...

, peso das letras; gritam sem voz.

Angústia...

Delírio...

Cura...

, normalidade; equilíbrios na paz...  suspiros provados no fôlego esvaído.

Calma...

Serenidade... Pureza...

Leveza...

, melodias escorrendo pela janela, pelas escadas.

Melancolia... Nostalgia...

Simplicidade... Quietude...

Ternura...

, imaginação revolvida; reinvenções; revoltas; abrigo de muitos quereres.

Cólera...

Desejo... Vontade... Dúvida...



Silêncio... 

                            (Landeira)










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quinta-feira, julho 28

Imediatômico...

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Pensamento

A precisão de dizer mesmo as urgências da necessidade.
Comer; beber; contar.
Antes, pensar.  Pensar água e copo. Pensar seco e sede.
Água se bebe. Copo se enche. Cheio por não transbordar.
Pensar o gole, como dormir sem esquecer-se de respirar.

Pensamento

Ir longe se vendo de volta.
Voltas repassando as ordens para acontecimentos.
Iniciativas reais, de jura ou de desejo.
Pegadas, velozes trilhas e extensos campos abertos estendidos em quilômetros no olhar.


Sendo o agora, momento que mais cedo está posto; cobra-me antes, por viver e ser urgente, o pensamento.

                            (Landeira)









Arte - Floting in time; Sara G. Umemoto.


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terça-feira, julho 26

post Carta

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Aos que ficam

Cada dia que passa observo algumas fórmulas na minha vida darem certo.
Tipo: Tenho amigos. Brigo com eles. Eles não se vão.
E "poiZé"; tô feliz hoje, descobri que estou "apto" a encarar outro vestibular, só que agora de forma mais leve ( afinal será música); quero dividir isso com vcs, "meus amigos que ficam" e estão até este dia comigo.
Posso dizer que se alcancei este momento, foi simplesmente por aprender na vida de vcs e com vcs; portanto obrigado por todo ensinamento descomprometido, "despretendido" e, mais que tudo, necessário pra eu ser feliz hoje.
Estou aqui pra vcs.
Tbm não sei bem porq resolvo dizer isso agora com esse formato facebook "meu status do dia", mas deve ser a aproximação do meu novo ano que vai posicionar saturno no mesmo ponto em que estava quando nasci... rsrsrs
enfim...
Vcs sabem de minhas loucuras e sabem do meu coração.
Tomem o tempo que quiser comigo; esperem o quanto quiser por mim. os tempos não são iguais, nós sabemos. Mas de novo digo: Estou aqui pra vcs.



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sexta-feira, julho 15

Emudecer

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Murcha a voz
Despetala dentro da alma
Sussurrando delírios e sem olhar

Calando...

Tristeza poente
Partindo em esquecimento
Distante na noite do deserto

                            (Landeira)



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quinta-feira, julho 14

Joaquim Maria

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Azevedo limão mel cana caldo aposta carneiro.
Brasa coalho João partida dado dinheiro.
Suzana cafuza lava prato avental farinha paliteiro.
Chega Chico facão pé quente escarra bigode brejeiro.
Dança do lado Joana seu macho toca Dedé Tonho sanfoneiro.
Zé cochila baba madruga na barca pesca robalo inteiro.
Fiado de novo Santana busca Manél bebo queda levanta ligeiro.
Seu Joaquim balcão caneta casa no fundo poço terreiro pato cercado galinha poleiro.
Reza no quarto Maria seis filho estante retrato santo padroeiro.

                           (Landeira)





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segunda-feira, julho 11

domingo, julho 10

Passos

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Recebo um espaço pra criar mais de mim.
Encontro as quinas, dimensiono as bordas em palmos e imagino o desenho.
Mas já no começo do traço chego perto demais de outra idéia e agora, usado já está o espaço.
Passado não apaga e sei que logo tenho um novo espaço por instante.
Recomeçar é fácil quando tenho apenas que repetir o traço, retomar de onde parei e só seguir por um fim.

Traço pensado; palavras nascidas. Imagino o desenho.
Passo dado que no contato, já busca o seguinte que pede pelo próximo...
Então me encontro percebendo que a ninguém sigo e que sou eu o caminho. A frente só vai à espera de um fim.
Já sou outro rumo quando parte o passo dado.
Assim o sonho está refeito e a ideia mais próxima é o que de mim está ainda para ser.

                            (Landeira)













Nota: Este post também é um anúncio do novo blog que criei. Um outro passo.


http://landeirar.blogspot.com/



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quinta-feira, julho 7

Segredo

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Eu secreto.
Acorda do nada.
Me cala quando me diz... Quando me digo.
Estrondo; barulho; ruído.
Me ensurdece e surdo escuto essa voz... E me mudo sem fala.
Me reconta pra mim. Me sofre. Me conclui versões.
Me mato por não duvidar.
Árvore sem fruto... Só sombra produz.
Nada me enxerga. Nem olhos brilhantes.
Existe vivo por não existir em outro; por nunca, nem por acaso, terem me dito.

                            (Landeira)





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segunda-feira, julho 4

Rio cor de rosa

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Meu ritmo espera.
De uma vez chega tua alma em repetições, se vendo passados, repassando passos. Se vendo castigo.
Entre tuas sombras a cor da tua vida se altera e me acelera em teu interior.
Corro sobre teu rastro de manchas. Riacho de rosas. 
Um choro desaguando um turbulento rio.

Teu ritmo é luta entre os teus equilíbrios.
Faz de você, ao meio, pura batalha.
Teu ritmo é mudança.
Te reconheces aos poucos sempre que acordas. Mudas.

Descanso é acordar o avesso. Despertar o outro lado de onde te encaras pesadelos.
Sendo descanso mais um desejo de, a si mesmo, não ver.
Vive outro sonho a tua realidade.

Reconhecido por tuas entidades, te ergues lado a lado montando paredes.
Tua prisão. Tuas faces. Tuas vezes.
São loucuras e se mostram você condenado por elas.
Medo, recalque, repressão.

Nem a morte é uma ameaça. O que sou é minha própria ameaça quando decido se amo mais a mim ou o meu apego.
Me enganam todas as falas do ego. Assim vejo nascer o dia.
Caminho revelado entre espinhos.
Vigilância incansável do espelho. Doer um riso que não convence primeiro a mim.
Levar as culpas para o sonho. Ofender a paz nas mãos de alguma ilusão.
E me descubro adormecido perto de um louco com o mesmo nome que o meu.

Eu era sonho. Desconstrução urgente do meu mundo.
Por mim mesmo, só respirava. Todo o resto era você.
Perdido no teu olho existo mudo esperando ouvir resposta.
Tendo a única fonte. Teu rio.

                            (Landeira)








foto: Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão.
(em destaque, bailarino Tházio Menezes)






Nota: Ao Amigo

Remonte o que se espera retirando as surpresas. Então surpreenda de novo.
Luz se guarda lembrada.
Se descamise quando suar a febre. Galope seus passos apressados em salvar seu dia do sufoco.
Diga o que quiser para os estáticos, afinal são apenas resto das causas. Vazios de tendências.


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sexta-feira, julho 1

Circo

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Nos acordes da sanfona se via as cores da lona do circo...
Todo o lugar era como uma pintura bonita em giz de cera.
Remontava uma afinidade antiga de brincadeira.
Mágica de dia feliz.

Dançava, sendo eu as mesmas cores do acorde da sanfona.
Sorria, e era eu as mesmas cores da lona do circo.
Brincando de fazer pedido de sonho impossível.
Confiante naquelas estrelas estampadas no céu logo acima de mim.

                            (Landeira)

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Meus ombros

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Percebi peso nos meus ombros.
Estavam ali indefinidos o tempo todo. Diabinho e anjinho.
Assim se encarando com peso e desdém.
Traem-se como íntimos. Interessam-se como inimigos.
Velhos conhecidos. Irmãos de mesma idade. Mesmo sexo.
Anjo sem harpa. Diabo sem tridente.
São morenos por parte de mim e me constroem por, em parte, não parecerem.
Juntos na estrada; juntos no quarto.
Os protagonistas do meu silêncio.
Os dois lados da surpresa.

                       
                            (Landeira)



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Re-Ter

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Vão-se essas pérolas de meu prazer. Raras concepções de momentos. 
Simplesmente por eu relaxar e crer que elas retornarão em outros ventos.

                             (Landeira)


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Ars

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"Art is a lie that tells the truth" 
Pablo Picasso






Quadro - La Gioconda, Leonardo Da Vinci.


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