segunda-feira, julho 4

Rio cor de rosa

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Meu ritmo espera.
De uma vez chega tua alma em repetições, se vendo passados, repassando passos. Se vendo castigo.
Entre tuas sombras a cor da tua vida se altera e me acelera em teu interior.
Corro sobre teu rastro de manchas. Riacho de rosas. 
Um choro desaguando um turbulento rio.

Teu ritmo é luta entre os teus equilíbrios.
Faz de você, ao meio, pura batalha.
Teu ritmo é mudança.
Te reconheces aos poucos sempre que acordas. Mudas.

Descanso é acordar o avesso. Despertar o outro lado de onde te encaras pesadelos.
Sendo descanso mais um desejo de, a si mesmo, não ver.
Vive outro sonho a tua realidade.

Reconhecido por tuas entidades, te ergues lado a lado montando paredes.
Tua prisão. Tuas faces. Tuas vezes.
São loucuras e se mostram você condenado por elas.
Medo, recalque, repressão.

Nem a morte é uma ameaça. O que sou é minha própria ameaça quando decido se amo mais a mim ou o meu apego.
Me enganam todas as falas do ego. Assim vejo nascer o dia.
Caminho revelado entre espinhos.
Vigilância incansável do espelho. Doer um riso que não convence primeiro a mim.
Levar as culpas para o sonho. Ofender a paz nas mãos de alguma ilusão.
E me descubro adormecido perto de um louco com o mesmo nome que o meu.

Eu era sonho. Desconstrução urgente do meu mundo.
Por mim mesmo, só respirava. Todo o resto era você.
Perdido no teu olho existo mudo esperando ouvir resposta.
Tendo a única fonte. Teu rio.

                            (Landeira)








foto: Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão.
(em destaque, bailarino Tházio Menezes)






Nota: Ao Amigo

Remonte o que se espera retirando as surpresas. Então surpreenda de novo.
Luz se guarda lembrada.
Se descamise quando suar a febre. Galope seus passos apressados em salvar seu dia do sufoco.
Diga o que quiser para os estáticos, afinal são apenas resto das causas. Vazios de tendências.


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