domingo, novembro 28

Sonho.

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Lugar revisitado com sensação de ter voltado à casa de um bem distante.
Coisas a fazer lá com importância distribuída entre rostos familiares não conhecidos.
Se vestir, comer e dividir as notícias das vésperas de onde se vem.
O tempo acontece numa parte de noite e tudo brilha ardente e suave como felicidade de reencontros saudosos.
Sorrisos que abraçam e desejam um amor tão próximo que ensinam ao seu próprio.
Conforto de ser guiado para fins simples que vão servindo pra sempre.

Despertar com o esforço de trazer aquela consciência junto comigo. Mas não resta muito além de sensações, vultos em fade out e a certeza de que tudo aconteceu.









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quarta-feira, novembro 24

Diva

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Se tivesse de eleger o meu Deus, glorificaria a música em minha adoração.

Capaz de realizar milagres quando é simplesmente sentida. De uma redenção bem vista nos semblantes, já desde recente entrega.
Tem poder sensível que não exclui, bastando viver.
A vejo isenta de referências, liberta de qualquer causa, vasta de infinitude. Nem som, nem beleza, nem o comunicante peso das palavras. É mais.
A vejo como co-habitante da alma onde a nós faz ecoar o infinito dentro, elevando a imaginação.
O que justifica a existência desde sempre. Liga os universos todos e os seus mundos sem qualquer tempo.
A vejo como a legítima intuição. A complexidade acessível como porta aberta para um labirinto vivo. E concebe a vida como sendo das suas últimas novidades.
Está em tudo, mesmo no silêncio e no vazio. Mesmo nunca a sabendo.






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quarta-feira, novembro 10

Sinto

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Efeitos “de ilusão” chegam na alma retumbantes , vibrando pra todo o corpo a ponto de fazer tremer, chorar, sentir sono.
Sem vinganças o pensamento cai na real e coloca a razão frente a frente com a emoção.
O diálogo mudo é como se fosse uma grande guerra de mil sinos de catedrais com seus sons de metais que atordoam e preparam a rendição de um corpo e alma cansados por não conter esse tamanho todo de descontrole.
Como um desmaio, tudo isso existe mas deixa de ser percebido.
O pensamento foge pra onde só se quer estar e desse refúgio não cansa de voltar. Basta um segundo pra muitas dessas viagens.
Segue Indo e vindo durante um tempo somente definido em cada um.
É nesse caminho onde se deixa de temer o que já se sabe que se tem de enfrentar.
E isso tudo só basta quando o esgotamento se torna um tipo de costume.
Alcançar mudança de pensamento pelas vias da desilusão é um exercício cruel!
As boas lembranças quando acessadas cobram um certo preço. Mas daí já se mudou e se torna óbvio o calo presente ali naquele lugar!
Nasce então um tipo de maturidade a custo de vida ...dessas que não se consola, só se aguarda doente, com lágrimas densas, vácuos e tempo. Nasce lá, no mesmo lugar do peito onde está o ensinamento a custo de dor. O lado esquerdo!























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