quinta-feira, abril 22

37 - Cid.Satélite - Praça

E nesse teclado preto, paralisado e sem descanso de tanto levar dedadas, vão sendo transferidas as letras apanhadas por minhas impressões, bem no “ato da matrícula”, em rascunhos escritos às pressas ou encontradas durante minhas várias leituras feitas nas filas de resolver problemas.




.






E foi ontem quando pegava o último ônibus de volta pra casa ouvindo meu mp3 que encontrei aquele homem comum a todos que pegam ônibus. Dei meu dinheiro pra ele e esperei o troco, enquanto isso, observei q só tinham duas pessoas sentadas ao longo do veículo com cara de desengano.
Passei pela roleta que estalava sem causar incômodo e me sentei longe de todos, mas mesmo de longe observava ainda aquele homem que era a própria expressão do cansaço. Um senhor de meia idade, com seus óculos que já faziam parte do seu rosto, lutando contra suas pálpebras que sem dúvida o estavam vencendo. Julguei-me feliz por não estar ali no lugar dele, mesmo não sabendo julgar muito sobre o que pode nos levar onde estamos atualmente. Vê-lo ali era o mesmo que ver um quadro ou uma fotografia retratando o final do expediente, a aceitação do trabalho enfadonho, e nada mais animador além do sono que vai separar um dia de trabalho do outro. Guardei meu caderno e desci na próxima parada.



.

Nenhum comentário:

Postar um comentário