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E foi ontem quando pegava o último ônibus de volta pra casa ouvindo meu mp3 que encontrei aquele homem comum a todos que pegam ônibus. Dei meu dinheiro pra ele e esperei o troco, enquanto isso, observei q só tinham duas pessoas sentadas ao longo do veículo com cara de desengano.
Passei pela roleta que estalava sem causar incômodo e me sentei longe de todos, mas mesmo de longe observava ainda aquele homem que era a própria expressão do cansaço. Um senhor de meia idade, com seus óculos que já faziam parte do seu rosto, lutando contra suas pálpebras que sem dúvida o estavam vencendo. Julguei-me feliz por não estar ali no lugar dele, mesmo não sabendo julgar muito sobre o que pode nos levar onde estamos atualmente. Vê-lo ali era o mesmo que ver um quadro ou uma fotografia retratando o final do expediente, a aceitação do trabalho enfadonho, e nada mais animador além do sono que vai separar um dia de trabalho do outro. Guardei meu caderno e desci na próxima parada.
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